A técnica de violino de Paganini era tão espetacular que muitos ouvintes alegavam que tratava-se de algo sobrenatural. Nascido em Gênova, na Itália, e morto em Nice, na França, Niccolo Paganini jamais foi superado, mago do violino e dono de um virtuosismo jamais visto ou superado, ele levou sua música ao extremo, inventando soluções como notas duplas no agudo, modificação de acorde, entre outras façanhas.
Aos cinco anos, começou a tocar bandolim e dois anos depois mudou para violino, tudo isso sob o severo olhar de seu pai, Antonio, um homem austero que obrigava o garoto a praticar de manhã até a noite. Bastava o pequeno Niccolo relaxar um pouco nos treinos de música para seu pai castigá-lo proibindo-o de comer.
A infância difícil e marcada por castigos nos faz imaginar que foi o que levou o violinista, conhecido como o mago virtuoso do instrumento, a se transformar em um amante da boa culinária. Conta-se que ele era apaixonado por uma receita de ravioli com vitela, salsicha e manteiga. Um recheio nada modesto, agregado a um simples ravioli.
O documento acima é a transcrição da receita do ravióli, escrita pelo próprio Paganini. Ele faz parte da coleção Paganini da Fundação Whittall Gertrude Clarke, pertencente ao arquivo da Biblioteca do Congresso nos Estados Unidos.
Algumas biografias relatam que, no final de sua vida, Paganini sofreu com a dificuldade de mastigar toda aquela carne presente no ravióli, depois de ser submetido a duas operações de mandíbula, no outono de 1828, quando oi obrigado a retirar todos os seus dentes.
Um triste fim para um gênio apaixonado pela música e pela comida.
Abaixo a minha preferida de Paganini, numa performance do genial – e lindo – David Garret.